SOLIDÃO PASTORAL

       Alguns dicionários definem solidão como o estado de quem se acha ou se sente desacompanhado ou só; isolamento; ainda, há definições que dizem ser a solidão um sentimento de estar separado dos outros, um sentimento de não totalidade.

Você já sentiu assim? Conhece alguém que desabafou se sentir dessa forma?

       Sendo sim a resposta, ou não, lhe convido à algumas reflexões que, ao longo de mais de 60 anos de pastorado, desenvolvi.

       Solidão é um sentimento, ou estado, comum entre todas as pessoas. Porém, para aquelas que se comprometem em viver uma vida de dedicação a outrem, isso pode se agravar acentuadamente. Profissionais da enfermagem, da medicina, pastores, assistentes sociais, psicólogos, dentre outros, são alguns exemplos em que a solidão se faz, vira e mexe, companheira.

       Para o pastor, isso não se faz muito diferente: cuidar de pessoas é uma missão dificílima. Um pastor precisa saber ouvir ativamente, orar a Deus e tomar medidas que melhor poderão auxiliar a pessoa. No desempenho de suas atividades, há instantes em que o pastor se vê sozinho, sem ter a quem contar seus segredos íntimos e bambeia, em busca soluções. Há dezenas de outras necessidades, para as quais parece não haver recursos.

Pense bem, quem acude o pastor?

       Sim, é Deus! Ambos (Deus e a pessoa) são Pastores em busca de amparo daqueles que precisam de paz. Ambos são Confessionários abrangentes, íntimos e reservados em suas confissões de paz e alegria para todos. Você, pastor, segrega a Deus (Supremo Pastor) o que sente. Transmite-lhe de igual forma o que lhe é transmitido pelo seu rebanho. Deus se agrada e recebe essas comunicações íntimas, com muito empenho. No tempo próprio, serenes respostas são transmitidas de forma agradável de um para outro.

       No entanto, Deus sabia (Ele é a Sabedoria!) que o pastor também precisaria de auxílio, de socorro de ajuda, assim como todas as outras pessoas. Para isso, Ele, em sua imensa e infinita sabedoria, ofereceu instrumentos para que, enquanto estivermos aqui na Terra, consigamos sobreviver bem e felizes. Você já ouviu falar em redes de apoio? Basicamente, são ligações que permitem sustento. Elas podem ser formais ou informais: as primeiras dizem respeito à amizades, família e pessoas queridas que temos em nossa vida; a segunda, ao auxílio profissional.

       Pastor precisa de amigos. Pastor precisa da sua família. Pastor precisa de pessoas queridas dispostas a auxiliá-los nos momentos de tristeza. Pastor precisa ter o direito de sofrer e chorar livremente, sem vergonha ou medo do que irão dizer. Pastor precisa ter o direito de desabafar e expressar seus sentimentos, suas frustrações e suas pequenas alegrias diárias. Pastor é ser humano, e, como ser humano, sente! Em alguns casos, inclusive, uma ajuda mais especializada se faz essencial, como a de um profissional da saúde, um psicólogo (profissão criada pelo maior Psicólogo de todos: Deus!).

       Nesse sábado, 22 de julho, comemora-se mais um dia do Pastor Adventista da Promessa, e para esse dia, faço a você um pedido especial: ore pela saúde mental do seu pastor, ore por aquele que cuida todos os dias (não apenas aos Sábados e Domingos) de suas ovelhas.

       E, para você, pastor promessista, não se esqueça das aparelhagens que garantirão vitória: Joelhos dobrados; Bilha na mão e conteúdo na mente; Fé verdadeira e sentidos exercitados em quem tudo pode; e redes de apoio.

       Por fim, gostaria de lembrar do já saudoso Pastor Cassiano Domingos de Souza, idealizador do dia do Pastor Adventista da Promessa, resoluto, idealista e grande realizador. Na época, ele lutou muito e propôs ao Presbitério Geral da Igreja, para que se criasse um dia do Pastor Promessista. A ideia pegou e o dia 22 de julho de 1964 foi o escolhido, a partir de onde em todos os anos e dia, todos são contemplados com preciosas homenagens.

Não nos esqueçamos de orar sempre em favor de sua Família.

Um caloroso abraço para a Família.

A você, pastor, avante! Estamos juntos!

Até a próxima, 21/07/2023 -- SABER