A PENA E O TINTEIRO (31)
A todos vocês, que a Paz do Senhor Jesus se faça presente, não só neste cair de tarde.
Dois fatos em prosas e versos eu vou
lhes apresentar, primeiro pela Marquesa D’Alorna, (em Seleta, de J. Marques da
Cruz-1945- pg. 71) e segundo, por José de Alencar, em “Ao Correr da Pena, no dia
27/05/1888 – pgs. 227-229).
Disse a Marquesa: “Uma Pena, orgulhosa de
escrever grandes sentenças, falava de suas obras: “Sem mim”, falou ao Tinteiro,
“pouca figura farias; cheio de um imundo, que farias?” O Tinteiro aborrecido vazou
toda a tinta e para a Pena, disse: “Escreva agora”. (Estamos aguardando o que a
Pena haveria de escrever!).
O
segundo fato, de José de Alencar, pode ser apresentado como segue: “Tomei a Pena e a levei ao Tinteiro, mas
ela estremeceu toda, coitadinha, saiu intata e pura. Não trazia nada de tinta. A
Pena se tinha declarado em oposição aberta. O Tinteiro era responsável pela
tinta e não a liberou. Ambos estavam decididos em suas opiniões, que nada os
fazia voltar atrás.
A Pena declarou sua beleza de escrever
palavras que empolgavam aos leitores. O Tinteiro então, voltou-lhe as costas de
maneira desonrosa e disse-lhe: Todas as Penas faziam oposição aos tinteiros
porque estes lhes recusavam o elemento para o trabalho e não lhes davam a
tinta, sem a qual ficavam a seco, sem escrever. E conclui José de Alencar: “O
meu Tinteiro é gordo e barrigudo como um capitão-Mor de uma Província. A minha
Pena é esbelta e delicada como uma mocinha de quinze anos”.
A Marquesa se justificou: “Muita gente
há como a Pena. Como o Tinteiro outros são”.
Ao longo dos anos, quantas vezes os
Tinteiros de nossas vidas, com Pena de nós não tenham dito: Escrevam,
agora!
Eu
então, resolvi escrever, quando um ligeiro vento sem dó, tudo me jogou ao chão
e a folha de papel se manchou. Eu estava tomando um cafezinho. Coloquei a xícara
sobre a mesa e me abaixei para pegar a folha de papel. Eu me segurei e sem
perceber puxei a toalha e a xicara derramou seu conteúdo, que de logo se juntou
aos pingos de tinta e, juntos, mancharam toda a alvura da folha de papel.
Eu nada mais pude escrever, senão estas poucas
linhas a seguir:
DEUS
É AMOR!
Que Ele nos preserve a vida, a paz, a saúde
e a alegria, dispostos a registrar com Penas, Tinteiros ou substitutos, os lindos
traços de alvuras nas páginas da Paz, do Amor, da Alegria e da Comunhão em
Cristo Jesus, nosso Senhor
Feliz tarde que se vai; - Feliz manhã que
se vem! – Feliz cafezinho que pela
manhã se deve tomar!
. Até próxima.
MPBrito – 28/05/21
Sensacional.
ResponderExcluirLeveza ao escrever,leveza ao falar,conhecimento e sabedoria ,eis que me passa,sempre! Meu amigo Manoel Brito
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